História

A minha foto
Uma Cidade orgulhosa da sua História, mesmo sendo Aldeia Galega desde 1514,reconhecida por Montijo a partir de 1930! Montijo, Capital da Felicidade! Uma Cidade, Uma Causa, MONTIJO por Amor, PORTUGAL por Devoção! Contacto: montijoportugal@gmail.com

VISITANTES

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Palavras Criativas!

Nas paredes brancas, onde a morte de edificios em ruínas há muito que está anunciada, escrevo frases que tentam atingir o teu coração de carne. O meu, pelo contrário, parece que é feito de ferro e o facto de não sangrar, consome-me todos os dias, matando-me um bocadinho de cada vez. Percorro então as ruas abandonadas, onde carcaças de carros ferrugentos limitam o horizonte em chamas, tornando-se agora o mar, o refúgio dos deuses. Subo ao limite da montanha e atiro-me de olhos abertos, entrando na àgua gélida do oceano, causando um tremor de terra, abalando as placas tectônicas do meu cérebro e fico assim, sem pensar, a ser consumido pelas criaturas do mar. Nem mesmo o facto de ter passado as duas camadas da Terra, a Crosta e o Manto e ficar alojado no Núcleo a camada mais profunda, consegui ficar sozinho, nem os 5000 graus celsius que costumam estar por aqui me fizeram sentir um calor igual ao de quando estás junto a mim. Foi então que comecei a andar à deriva e o peso do meu corpo deixou de fazer peso e voltei quase até à superficie terrestre. Assim na minha nuca dá-se início ao alojamento de algas marinhas, que começam a escamar-me a pele. No meu nariz cavalos marinhos procuram abrigo, enquanto os meus olhos é como se fossem espelhos para dois peixes palhaço, que não deixam de se exibir em frente a eles, mostrando as suas cores infinitas. Uma móreia entra-me na boca e desafia-me para ver quem tem os dentes mais afiados. Nas axilas, duas tartarugas ficam alojadas, como se tivessem alugado uma nova casa de férias, e fazem-me cócegas sempre que saiem da carapaça. Uma cobra do mar gigante, devora-me o pénis e toma o seu lugar, tornando-me eunuco. O meu anûs é assediado por um caranguejo, que devido à minha passividade fica a guardar a sua entrada com as suas pinças, como se fosse o porteiro de uma qualquer discoteca. Duas medusas atravessam os oceanos, provocadas pelo cheiro nauseabundo que se começa a sentir do meu corpo em semi-decomposição, sendo que a sua atracção em nada foi iludida, e assim que viram aquelas partes carnudas que compõem o traseiro humano, colaram-se de uma tal maneira, que a pressão exercida quebrou todos os ossos existentes. Pé ante pé, sem ninguém a ouvir, uma raia enrolou-se às minhas pernas e deixou-me imobilizado. Um peixe agulha, completamente cego pelo bico enorme que ostenta à frente dos olhos, entra-me nas costas como se fosse uma faca e fica alojado na coluna vertebral. Já rendido ao mar e quase a transformar-me em pó, uma enguia eléctrica vinda a toda a velocidade, não sei bem de onde, atinge o meu peito, entrando directamente no meu coração. E quando já, os meus pés se estão a tornar raíz no solo e compõem uma espécie de vivaz vegetação marinha, o meu coração começa a bater. Mas como poderia ele bater, se estava transformado em ferro. O sangue começa a jorrar em catadupa e o mar começa a mostrar a sua vermelhidão. Começo a ganhar forças para voltar a terra, mas parece que não mexo os membros à mais de um século, e estou acorrentado, preso pelos habitantes do mar. Agora preciso de ti. Transforma-te novamente na sereia do meu encanto e salva-me. Prometo que em Terra, vais ser novamente tratada como a minha Deusa. Afinal, ainda te Amo, e no Amor temos que ser sempre dois.

Sem comentários: