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terça-feira, 10 de julho de 2012

Histórias Com História!

De Aldeia Galega do Ribatejo a Montijo



Aldeia Galega do Ribatejo [Montijo] - Aguarela de Pier Maria Baldi, pintor e arquitecto florentino, que acompanhou o príncipe Cosme de Médicis, na viagem que empreendeu pela Europa, em 1668/1669, ilustrando os principais locais pelos quais passou a comitiva. A aguarela está reproduzda no livro " Viaje de Cosme de Medicis por Espana e Portugal (1668-1669)".

Aldeia Galega do Ribatejo resultou da fusão de três núcleos populacionais distintos: Aldeia Velha, Aldeia Galega e Aldeia da Posta. O primeiro núcleo, Aldeia Velha, localizado a nascente da povoação, foi habitado por fazendeiros e trabalhadores do campo e ali foi edificada a primeira paróquia, a de S. Sebastião (Igreja do Cemitério). A Aldeia da Posta, a poente, foi constituída, sobretudo, por empregados do Correio-Mor e por pessoas que viviam com os serviços da Posta. A Aldeia Galega, localizada ao centro, foi a zona preferida para a edificação de estalagens e, consequentemente, onde o comércio se instalou. Na sua origem Aldeia Galega foi essencialmente uma terra de camponeses que, nos finais do século XV, vê a sua população ”correr em excesso para junto do porto”. Devido a este fenómeno, a ponte nova e a doca acabaram por substituir a estacada do Correio-Mor, situada então na Aldeia da Posta. No século XVI, já estava construída a Igreja Matriz do Divino Espírito Santo e o núcleo populacional mais importante instalado numa área circunscrita ao «rossyo pequeno [largo da Igreja do Divino Espírito Santo], à rua Direita e ao Largo da Misericórdia.


O Largo da Misericórdia, aqui numa foto do início do século XX, foi o primeiro centro cívico de Montijo. Além da Igreja, neste largo, estavam as "casas da câmara", o poço principal da vila e, embora não haja fontes que o provem, há quem admita que ali foi erigido o Pelourinho.

O assoreamento da Cala de Alhos Vedros determinou que a posição geoestratégica de Aldeia Galega se tornasse crucial como ponto de transbordo entre a capital do reino e as terras alentejanas. De tal forma Aldeia Galega ganhou importância que, em 1533, o Correio-Mor do Reino, Luís Afonso, a escolheu para sede da Mala Posta, que demandava terras estrangeiras. A História é madrasta para as classes sociais sem recursos económicos ou sem intervenção social protagonizada. Por isso, são escassas as referências à classe piscatória da Vila de Aldeia Galega do Ribatejo. A existência de pescadores, contemporânea com o aparecimento da vila, não contradiz a afirmação já proferida que “ na sua origem Aldeia Galega foi essencialmente uma terra de camponeses (...) ”, porque é a partir do núcleo dos fazendeiros que a vila se desenvolve, recebendo, posteriormente o forte contributo dos mareantes. Na Igreja Matriz há uma capela de invocação a Nossa Senhora da Conceição onde está gravada a inscrição: “Esta capela de madre Deos fizerão hos mariantes desta vila 1575”. Do lado da epístola encontra-se outra de invocação a Nossa Senhora da Purificação com o letreiro: “Esta capela de Nossa Señora da Purificação estituíram os omeis trabalhadores desta vila ano de 1607 ”. Os pescadores possuem um pequeno altar onde jaz a imagem de S. Pedro. “Mareantes e Omeis Trabalhadores” ajudaram a edificar a igreja assim como já o tinham feito com a vila. No final do século XVI, princípios do século XVII, a vila de Aldeia Galega do Ribatejo era habitada essencialmente por “ Omeis trabalhadores”, mareantes, pescadores, clero e nobreza, representada por alguns cavaleiros do reino, e recebia quotidianamente uma considerável população flutuante que procurava alcançar Lisboa ou terras Alentejanas ou estrangeiras. A terra era pobre e só o tráfego fluvial a animava e “ por ser escalla e passagem para a banda do Alentejo he mais povoada que não por abundância de sítio”. Dividia-se, então, por dois núcleos: Aldeia Galega e Aldeia Posta, onde se edificou o bairro dos pescadores no século XVIII, isolado quer da vila quer do convento, este edificado no século XVII. O bairro foi-se dispondo “ por várias artérias regulares, cortadas por travessas do mesmo tipo e era constituído por casario humilde, térreo ou de andar, na vizinhança de viveiros de peixe, abrigados por diques de terra batida (...)”. Primitivamente, a terra foi baptizada com o nome de “Aldeia Galega do Ribatejo”, como testemunham documentos do século XIV. Polemiza-se sobre a origem do nome, dividindo-se as opiniões. Uma corrente sustenta que o nome Galega resulta do facto de um dos primeiros núcleos de habitantes, que ali se instalou no reinado de D. Afonso Henriques, ser constituído por gauleses (Gália). Outros autores defendem que se chamou de Galega atendendo aos terrenos estéreis que caracterizavam o solo da vila. Terra Galega seria aquela com terrenos estéreis e não a habitada por gauleses. Por outro lado, o povo, sempre romântico, atribui-lhe a origem a uma estalajadeira galega, de seu nome Alda, que se instalou na vila e se apaixonou por um pescador. Aldegalega, corruptela de Aldeia Galega, teria resultado, segundo a lenda, da junção das palavras Alda e galega. «Vamos à da Alda, a Galega?». Entre a lenda e a história se embalou o nome de Aldeia Galega ortografado, ao longo do tempo, ao sabor da inspiração: Alda Gallega, Aldea Gallega, Aldegalega, Aldaguallega do Ribatejo, Aldegalega, Dalda Gualega ou Aldeia Gallega do Ribatejo, como registou o Foral outorgado por D. Manuel I, em 15 de Setembro de 1514. E tal era a confusão de nomes que, em 2 de Fevereiro de 1879, a Câmara lhe fixou o nome em Aldegalega. Porém, em 1881, os ilustres cidadãos de Aldegalega protestaram contra o nome: «Basta de sarcasmos! Chamar Galega a uma povoação de sete mil verdadeiros portugueses, parece-nos um verdadeiro absurdo.» Pediram, então, a El-Rei D. Luís que a terra se passasse a chamar Alda. Alda? Como não havia consenso à volta de um nome, pois a História regista outras propostas, Linda Aurora do Ribatejo, Vila Flor, Vila Maior do Ribatejo, Aldegalega Lusitânia, Nova Lusitânia, Lusitânia e Vila Lusa, a localidade continuou a chamar-se Aldegalega ou Aldeia Galega do Ribatejo. Em 1930, Aldeia Galega do Ribatejo era já uma pujante vila e correspondendo aos anseios dos seus moradores, Carlos Hidalgo Gomes de Loureiro, Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Aldeia Galega do Ribatejo, requereu, no dia 5 de Fevereiro, a mudança de nome para Montijo, nome ancestral da península e do antigo porto. A proposta foi sancionada pelo Decreto nº. 18434 e a partir do dia 6 de Junho de 1930, a vila e o concelho de Aldeia Galega do Ribatejo passaram a denominar-se Montijo

Fonte: montijo e tanto mar

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