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terça-feira, 21 de setembro de 2010

AS FESTAS POPULARES DE S. PEDRO (I)!

Perdidas as Festas do Divino Espírito Santo, os aldeanos/montijenses perseguiram a realização de um novo festejo, que pudesse ser a alma mater da sua localidade.
As Festas de S. Pedro eram corporativas e estavam circunscritas ao Bairro dos Pescadores e, neste bairro, por feliz acaso, vivia aquele que seria o principal impulsionador das Festas Populares de S.Pedro – Humberto de Sousa, maestro. Diga-se (abrindo um parênteses e em abono da verdade), que o Montijo atravessava um surto de animação cultural, nas décadas de 40 e 50 do século XX, que tinha no Maestro Humberto de Sousa e no Poeta José Joaquim Caria os principais impulsionadores e que, de certo modo, é uma das causas próximas do novo evento. Timidamente, as Festas Populares de S. Pedro, organizadas, pela primeira vez, pela Comissão da Marcha Popular do Bairro dos Pescadores e patrocinadas pela Câmara Municipal do Montijo, apresentaram-se em 1951, com um programa já muito semelhante ao que hoje é conhecido. A concretização das Festas Populares de S. Pedro satisfez, por um lado, as aspirações da população do Montijo, «pois não fazia sentido que se passassem anos seguidos sem que se realizassem festas à altura das tradições locais», como referia um jornal local, e, por outro, os desígnios políticos do então Presidente da Câmara, José da Silva Leite, fortemente empenhado num projecto de desenvolvimento do concelho a que veio apelidar de “Montijismo”. Sob a direcção de Humberto de Sousa as Festas Populares de S. Pedro foram tomando crescente importância ao ponto de passarem a ser consideradas as mais importantes do Sul do País. A partir de 1952, o dia 29 de Junho, Dia de S. Pedro, passou a ser considerado o feriado municipal. A realização das Festas Populares de S. Pedro ultrapassou todas as expectativas e, em 1953, Humberto de Sousa já sugeria que se passassem a chamar “ Festas do Montijo”. No mesmo sentido se pronunciou a Gazeta do Sul, no ano seguinte, defendendo que «a designação de Festas Populares de S. Pedro, nome que anda ligado à sua tradição e que os contemporâneos não quiseram alterar, dá ao forasteiro, especialmente ao que reside longe daqui, uma ideia um tanto errada sobre o valor intrínseco do acontecimento. Ele pode supor, de início, que se trata de um festejo de acentuado sabor popular, com o arquinho, o balão e a fogueira crepitante. As Festas de S. Pedro em Montijo são festas de pompa e esplendor (...).» O êxito do primeiro ciclo das Festas Populares de S.Pedro, sob a direcção de Humberto de Sousa e que se encerrou com a morte do Maestro, em 1962, ficou a dever-se não só a uma direcção atilada, solícita e inteligente, mas também à colaboração condigna e eficiente prestada às festas e ao seu brilhantismo, uma colaboração incondicional de vontades anónimas, que produziu efeitos quase milagrosos, e ao apoio da Câmara Municipal do Montijo, que as integrou no ciclo de grandes realizações que então levou a efeito. A morte do maestro foi um (mau) presságio porque a Festas Populares de S.Pedro entrariam em crise, de que não mais ultrapassariam. Na reunião da Câmara Municipal, realizada em 1961, depois de a primeira Comissão das Festas Populares de S.Pedro ter apresentado a demissão, o presidente propôs que as festas se não realizem, nesse ano, atendendo às dificuldades que enfrentava o País, devido ao início da Guerra Colonial. A proposta não teve acolhimento, vingando a ideia de que se deveriam realizar, embora «com redução do dispêndio aconselhado pelas circunstâncias». Na reunião de 21 de Julho de 1969, a Câmara Municipal deliberou não organizar as Festas no ano seguinte, mas, apesar da decisão municipal, as festas acabaram por se realizar, «embora com muito menos afluência de visitantes em relação aos anos anteriores.» Em 1971, a Edilidade decidiu não realizar as Festas Populares de S. Pedro, mas por temer os efeitos nefastos da mesma, o presidente da Câmara acabou por encetar conversações com algumas individualidades e convidar o Eng. José Samuel Lupi para organizar as Festas Populares de S. Pedro. Esta Comissão empenhou-se na renovação do figurino das Festas, aceitando a sugestão do vereador João Relógio para que fosse dado um espaço mais alargado a outras manifestações culturais cuidando-se da variedade do programa e da promoção do evento.
Por isso, o jornal “ O Setubalense”, de 29 de Junho de 1973, destacava que «O Montijo está em festa. As tradições mantêm-se mas sente-se que um sopro de renovação areja o programa das festas», e, por sua vez, o Diário de Noticias, de Lisboa, referiu-se «à variedade de números que o programa estabelecera» e aos «milhares de forasteiros que percorreram as ruas locais, vistosamente engalanadas». A peça de teatro “A Casa de Bernardo de Alba”, de Frederico Garcia Lorca, levada à cena no Parque Municipal, foi apontada como o testemunho claro da renovação pretendida para o figurino das festas. A Revolução de 25 de Abril de 1974 interrompeu a acção da Comissão de Festas presidida pelo Eng. Samuel Lupi, que rejeitou o convite que lhe fora endereçado pela Câmara Municipal para continuar a presidi-la. Na reunião de 6 de Maio de 1974, o vereador João Relógio da Silva lastimava-se com mágoa por julgar estar em vias de extinção «um dos meios de maior divulgação da vila do Montijo» e propunha para que tal não viesse a acontecer que «a presidência da Câmara tente arranjar, apelando para o bairrismo dos montijenses, uma nova Comissão.»
A Câmara Municipal foi dissolvida e em 18 de Junho de 1974,e o Presidente da Comissão Administrativa, Joaquim Tapadinhas, nomeado para dirigir o Município, logo informou os restantes membros que as Festas Populares de S. Pedro seriam realizadas, nesse ano, pela «Comissão Popular dos Pescadores (Sociedade Cooperativa União Piscatória) em moldes mais modestos mas com respeito das tradições da classe piscatória». Durante quatro anos aquela Comissão organizou as Festas Populares de S. Pedro, voltando posteriormente a vingar a “municipalização das festas”, isto è, a nomeação da Comissão das Festas pela Câmara Municipal, sistema que fora utilizado após a demissão de Humberto de Sousa. A partir de 1979, a constituição das comissões das festas voltou a ser de iniciativa municipal correspondendo o perfil do presidente ao ideário político da força política denominante no Município.
A partir de 2009, deixou de ser constituída a comissão de festas e as festas passaram a ser organizadas pela Câmara Municipal de Montijo, sob a direcção do Presidente da Junta de Freguesia de Montijo.

Texto Enviado Por: Rui Aleixo

2 comentários:

Anónimo disse...

A Sra. Presidente da Câmara a pouco e pouco vai acabando com as festas de S. Pedro.

ANTONIO LOPES disse...

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