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terça-feira, 28 de setembro de 2010

As Festas Populares de S. Pedro!

Reconhece-se, hoje, que o primeiro período das Festas Populares de S.Pedro, marcado pela Comissão dirigida por Humberto de Sousa, não só desenhou o seu figurino, mas projectou-as também, assim como o Montijo, por todo o País, como cartaz turístico maior da cidade.
A morte de Humberto de Sousa e o eclodir da Guerra Colonial foram dois factores que contribuíram para o empalidecimento das Festas Populares de S. Pedro.
Os períodos difíceis vividos pelo País, após a Revolução de 25 de Abril de 1974, repercutiram-se também na roupagem que adornou as Festas Populares de S. Pedro, sem contudo lhe alterar o figurino e o calendário.
A integração de Portugal na Comunidade Económica Europeia e as adaptações de ordem económica, que se operaram a partir da década de 80, levaram à desarticulação da pequena frota pesqueira e ao esmorecimento das tradições ligadas à faina no rio.
O figurino das Festas Populares de S. Pedro, porém, vai sendo mantido pela população, em geral, e pelo Município, que se tornaram os fiéis depositários das Festas de S. Pedro, e que, ano a ano, vão dando corpo à procissão, à lavagem, à arrematação das bandeiras e de S. Pedro, ao almoço de confraternização e ao arraial, nos quais se incorporam a reminiscente classe piscatória e os seus representantes.
Os tempos mudaram vertiginosamente, nos últimos 60 anos, mas as Festas Populares de S. Pedro mantiveram o figurino traçado por Humberto de Sousa e os seus companheiros da primeira Comissão de Festas e implantado sobre as tradições dos pescadores e fortemente influenciado pelas festas em honra de S. Gualter, as Festas Gualterianas, que se comemoram em Guimarães.
Reconhecia-se, no Programa das Festas de 1959, que “ Três facetas notáveis se distinguem nelas, na actualidade: --A Festa Civil, a Religiosa, a Festa Ribatejana.
A primeira, é constituída pelas ornamentações do arraial, iluminações, grupos folclóricos, sessões de fogo, Feira Franca, etc.; a segunda, pela missa solene, procissão e, bênção dos barcos; a terceira, pelas «largadas» e corridas de toiros, correspondendo igualmente à tradição regional.”
Estas três facetas formam um todo harmónico e empolgante, que se conjuga no programa das festas.
As touradas e entradas, num primeiro momento, e, posteriormente, as largadas constituíram sempre um dos momentos altos das festas, ao longo dos séculos. Porém, nunca integraram as Festas de S. Pedro organizadas pelos pescadores, embora, ao longo das décadas tenha coincidido a realização de touradas por outras entidades com a comemoração do dia do Santo Padroeiro dos Pescadores. O mesmo não se poderá dizer das Festas Populares de S. Pedro de cujo programa fazem parte integrante as touradas e as entradas/largadas.
Entradas, embolação e tourada constituíram a trindade indispensável ao amante da tauromaquia em Aldegalega/Montijo.
Após a proibição das entradas, que já não se coadunavam com o desenvolvimento da vila, passaram a realizar-se largadas, sendo então os touros conduzidos para um local vedado, onde eram soltos, usualmente na Praça 1º de Maio e nas Ruas Machado dos Santos, Miguel Bombarda e Joaquim de Almeida.
A partir de 1959, no ano anterior tinham-se realizado duas entradas, as largadas passaram a ocupar, preferencialmente, as Ruas Joaquim de Almeida e Miguel Bombarda.
Em 1971, as largadas passaram a realizar-se no Bairro dos Pescadores e aí se mantiveram até 1981, com o desagrado dos moradores de S. Sebastião.
Após o 25 de Abril de 1974, os moradores deste bairro acharam que tinha chegado o momento de exigir o reatamento da velha tradição, isto é, que as largadas tivessem lugar nas Ruas Joaquim de Almeida e Miguel Bombarda. Não tendo sido deferida a sua pretensão quotizaram-se e passaram a organizar as Festas Populares de S. Sebastião, de carácter restritamente profano, nas quais se destacavam os divertimentos taurinos, além da “Noite do Comes e Bebes”, e da “Saída da Charanga com Danças de Rodas” e outras formas de entretenimento. Contudo, os pontos altos das festas eram a tourada e as largadas - várias por dia, durante os três dias de festa.
São escassas as notícias acerca dos festejos em honra de S. Sebastião, embora se tivesse sido noticiado, em 1903, que há muitos anos não se faziam.
Na história recente de Montijo, há notícias das Festas de S. Sebastião, realizadas consecutivamente entre 1976 e 1981. Mas, estes festejos não podem ser considerados reminiscências das Festas de S. Sebastião, cuja Ermida “ fez o concelho por sua devoção”, no século XV.
A tradição já não é o que era, mas de tal sorte se cumpre que, ainda hoje, se se excluir as inovações tecnológicas patentes no parque de diversões da feira ou nas iluminações e a natureza dos espectáculos que as animam, ano após ano, tudo parece igual à festa anterior.
As Festas Populares de S. Pedro perderam o genuíno lampejo folgazão popular, mas ganharam uma multidão que se passeia entre o Largo Dr. Manuel da Cruz Jr. e a Praça da República, debaixo dos arcos feericamente iluminados.
O brilho das festas continua a empalidecer apesar dos lampejos fugazes originados ou por um arrojo de imaginação ou por melhor dotação orçamental da organização oriunda, sobretudo, dos cofres municipais.
Em 2009, a Comissão das Festas foi integralmente municipalizada e passou a ser dirigida pelo Presidente da Junta de Freguesia de Montijo sob a direcção da Câmara Municipal de Montijo.
Entoou-se assim o Requiem pelas Festas Populares de S. Pedro de Montijo. Talvez se passem a chamar, no futuro, Festas Populares de Montijo.

Texto Enviado Por: Rui Aleixo

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