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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Festas de S. Pedro ou do Divino Espírito Santo?

As Festas Populares de S. Pedro são, como se apresentam, hoje, em Montijo, uma ficção criada em 1950 para responder aos novos anseios de uma vila que iniciava um ciclo ímpar de desenvolvimento económico e social. A Igreja Matriz do Divino Espírito Santo ergue-se na Praça da República para recordar que o orago da então vila e hoje cidade de Montijo é o Divino Espírito Santo e que a principal festa da localidade, até à implantação da República, foi celebrada em honra do Espírito Santo. A primitiva construção da Igreja do Divino Espírito Santo remonta ao século XV e, por essa altura, a confraria com o mesmo nome já estava instituída em Aldeia Galega do Ribatejo, uma vez que datam dessa época as primeiras notícias da Albergaria e do Hospital, instituições usualmente vinculadas àquela irmandade. Àquela data também, e pelo menos, se remete a celebração das Festas do Divino Espírito Santo. No século XVI, Dª Antónia da Silva, que foi provedora da Santa Casa da Misericórdia de Aldegalega, fez um legado à instituição a que presidira para ”que se compre quarenta alqueires de trigo para se darem em pão amassado aos pobres necessitados pelas festas do Natal, Páscoa e Espírito Santo e para a carne destas festas”.
Em 19 de Março de 1841, a Câmara Municipal de Aldegalega deliberou que “ hoje avante esta Câmara e as futuras sejam protectoras daquelas festas (Divino Espírito Santo) concorrendo com os meios precisos para se festejar o orago da freguesia, de que ora em diante deverá a despesa daquela festa ser em toda a consideração para esta câmara”. Em 1901, após três anos de interregno, uma comissão de ilustres aldeanos decidiu voltar a celebrar as festas do Divino Espírito Santo. Do vasto programa, que se cumpriu, em Julho, durante três dias, destacou-se a procissão, que saiu acompanhada por três bandas de música, a missa cantada, a kermesse, as iluminações à veneziana e à moda do Minho, fogo-de-artifício, concertos musicais, arraial e tourada. As festas eram de tal modo concorridas que, segundo o jornal local ” O Domingo”, “À noite com dificuldade se transitava pelas ruas e praça, profusamente iluminadas.” As festas não se realizaram no ano seguinte por desacordo entre os membros da comissão, mas voltaram a animar os aldeanos e forasteiros em 1903. Nos dias das festas, a Parceria dos Vapores Lisbonenses garantia carreiras de duas em duas horas entre a vila e Lisboa, e, no domingo e segunda-feira, o último vapor partia de Aldegalega à meia-noite. A partir de 1910, devido à implantação da República, as festas do Divino Espírito Santo deixaram de ser comemoradas, apesar da projecção social e cultural que tinham alcançado na vila e nos concelhos vizinhos.

Texto Enviado Por: Rui Aleixo

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