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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Histórias Com História!

Iluminação Pública em Montijo! Do Azeite à Electricidade!


Praça Serpa Pinto, actual Praça da República, Julho de 1903. As Festas do Divino Espírito Santo eram iluminadas com centenas de lamparinas alimentadas a azeite, bem visíveis na fotografia.

A azeitona, acompanhou a instrução primária de muitas gerações e chamava a atenção para o azeite enquanto combustível que alimentava as candeias nos lares e nas igrejas. A Iluminação Pública também se alimentou de azeite…
Em 1841, a Câmara Municipal de Aldegalega (Montijo) ao lançar o concurso para “luz pública” impunha aos arrematantes as seguintes condições:
1. O azeite que se der deverá ser de boa qualidade e com abundância;
2. Logo que anoitecer deverão acender os candeeiros devendo apagá-los uma hora depois que fora nascida a lua;
3. Deverão ter torcidas e fazer limpeza dos referidos candeeiros;
4. Que no caso de pela noite em diante em que forem obrigados a ter os candeeiros acesos se encontre algum apagado pagarão a multa de seis mil reis para o Concelho;
5. Que todo e qualquer vidro que ele arrematante e seus criados quebrar no acto de limpeza ou por qualquer outro motivo será obrigado a pô-lo em bom estado.
Nas noites mais invernosas, o encarregado estava ainda onerado no dever de deitar mais azeite e atiçar os candeeiros «de forma a não se apagarem durante toda a noite.»
Nesta época, a lua era uma fonte primordial de iluminação porque, em noites de luar, o arrematante devia apagar os candeeiros «uma hora depois que fora nascida a lua.»


A imagem ilustra a actual Avenida dos Pescadores, no início do século XX, com os candeeiros alimentados a azeite.

Em 1845, o orçamento municipal destinava 160$000 para Despesas com Iluminação Pública – Azeite.
Não foi possível determinar quando a iluminação pública passou a ser alimentada a petróleo, embora se saiba que, em 1893, quando a câmara municipal municipalizou o serviço de iluminação pública, já esta era fornecida a petróleo.
Na reunião ordinária de 18 de Julho de 1887, a câmara analisou uma carta de «Alexandre Pomaréde, apresentando as propostas para a iluminação a gás desta vila e para particulares», e decidiu «oferecer a quantia de 800$000 para a Companhia lhe oferecer 100 bicos de gás, encarregando o sr. Vereador Francisco da Silva de assinar e comunicar com o sr. Pomaréde.»
O contrato com o sr. Pomaréde acabou por se não celebrar e, em 27 de Abril do ano seguinte, a câmara municipal recebeu um requerimento de Adolpho Blumberg, residente em Lisboa, que solicitava autorização para montar um gasómetro para fornecimento de iluminação a gás, garantindo que o número mínimo de candeeiros em vias públicas seria de 120 e o prazo do contrato por 30 anos. A câmara acabou por celebrar contrato com Adolpho Blumberg.
Em Dezembro de 1902, o jornal “O Domingo” noticiava que «alguns estabelecimentos desta vila vão ser iluminados a gás acetylene» e, três anos mais tarde, fazia saber que «o magnífico Gasómetro Cosmopolita, invento do nosso amigo José Joaquim Caminha Figueira, é dos mais aperfeiçoados até hoje conhecidos. O sr. Figueira encarrega-se da instalação.» O Teatro na vila recebeu a iluminação a gás em fevereiro de 1907.
Iluminação a gás e o petróleo vão, porém, coexistir até serem substituídas gradualmente pela iluminação eléctrica.


Actual R.Joaquim de Almeida. Posto da Polícia e Praça de Touros. Em primeiro plano, uma lanterna.

Em Maio de 1913, «acabou-se, enfim, a luz de petróleo nas salas do tribunal desta comarca, bem como nas repartições ali instaladas, achando-se já substituída pela eléctrica», como informava o jornal “O Domingo”.
Datam do princípio do século XX as primeiras iniciativas municipais para dotar a rede pública de luz eléctrica.
No dia 1 de Dezembro de 1901, a Câmara Municipal de Aldegalega celebrou contrato com a empresa Cardoso, Dargent e C.ª para o fornecimento de luz eléctrica, que foi aprovado superiormente por decreto de 16 de Dezembro de 1901.
Não tendo os concessionários iniciado a obra, dois anos após a celebração da escritura, a câmara abriu novos concursos, que vão ficando sucessivamente desertos, passando, então, a autarquia a aceitar «qualquer proposta, independentemente do caderno de encargos». Em vão.
Só em 1909, em 19 de Dezembro, a obra para fornecimento de luz eléctrica para iluminação pública e particular foi adjudicada, através de concurso, «ao sr. João da Fonseca Cruz pelo preço de 11$995 reis cada lâmpada de 16 velas.» A base do concurso foi de 180 lâmpadas e importou em 2:159$10 por ano.
Os trabalhos para a instalação da rede eléctrica iniciaram-se em 4 de Setembro de 1910 e, em 16 de Abril de 1911, a empresa «começou a fazer instalações particulares na Farmácia Giraldes e consultório médico, no estabelecimento do sr. José Cypriano Salgado e na residência do sr. José Assis Vasconcelos.»
Nesse mesmo mês são feitas as primeiras experiências «com magníficos resultados» e a rede abrange já muitas instalações particulares.
No dia 1 de Maio de 1911, Aldegalega inaugurou a sua primeira rede eléctrica.
Apesar da novidade, a iluminação pública continuava incipiente, e poucos meses após a inauguração, o jornal local chamava a atenção «da digna Câmara para a iluminação pública que, sendo eléctrica, certas ocasiões nos faz lembrar a de petróleo. Tudo acaba por falta de energia. Até a luz.»


Praça da República, década de 40. Modernos candeeiros de iluminação pública.

Fonte: Montijo e Tanto Mar

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