Palavras Criativas!

Vi-te Chegar Sozinha Com Uma Bandeira Vermelha e Verde na Mão e Com o Braço Esticado! Pensei Por Momentos Que Estavas a Comemorar de Forma Fascista o Dia de Portugal! Afinal Estavas Só a Acenar-me Para Eu Saber Onde Estavas no Meio da Multidão Que Entretanto Se Juntou a Ti! Seguimos Assim, Rua Abaixo a Cantar a Portuguesa, Envoltos Numa Contagiante Alegria Patriótica! Chegamos à Praça Central, Onde um Mar de Gente Já Se Concentra à Espera do Discurso de Alguém Que Ninguém Conhece, Apenas Sabem Que Tudo o Que Diz Faz Sentido! Já Venho, Digo-te ao Ouvido, Não me Demoro Nada, Reitero Eu, e Se Te Chamarem Vai, Não Tenhas Medo! Por Momentos o Silêncio Toma de Assalto Aquela Zona da Cidade e No Alto de Uma Varanda Surge Aquele, Por Quem Todos Esperam! De Rosto Tapado Por Uma Máscara Branca, a Cor da Paz, Cativa a Praça Com Palavras de Revolta, ao Mesmo Tempo Que Com Gestos Doces Transmite Uma Candura Intimista! Um Novo Mundo, Ainda Em Embrião e Que Se Encontra na Barriga Deste Mundo Infame Em que Vivemos é Mostrado em Poucos Minutos e a População Começa a Delirar! Um Novo Mundo Onde Além de se Raciocinar, Se Sente, Pois Quando a Razão se Distancia do Coração Nada Mais Faz Sentido! E é Por Começarem Todos a Pensar e Sentir Que Ninguém Arreda Pé, Que Chegam Cada Vez Mais Pessoas e Se Juntam a Viver Aquele Momento Mágico de União! De Repente o Discurso Chega ao Fim, Quando És Chamada à Varanda! De Repente Retiro a Máscara e Ficas Sem Palavras! Aquele Por Quem Estás Ali Naquele Momento, Supostamente Acompanhada Por Mim, Afinal Sou Eu! Pela Primeira Vez Todos Veêm o Meu Rosto, Mas Apenas Porque Vou Mostrar o Novo Mundo Que Prometi no Discurso! E Não Convém Mostrar Algo Tão Belo Com a Cara Tapada, Até Porque a Máscara Não Me Deixa Olhar Para Ti Em Todo o Esplendor da Minha Visão Total! Agora Somos Livres e o Novo Mundo Está Presente, Quando Te Agarro e Beijo, Pois o Amor é Infinito Enquanto Dura! E Este Momento Vai Durar Para Sempre no Meu Coração!