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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A Menina Dança?


Os leitores do blog que me perdoem a falta de rigor dos meus escritos, mas estou aqui como se estivesse a conversar com um grupo de amigos, na Praça da República, como era usual outrora, sem preocupação de datar com precisão os factos, mas procurando o colorido dos mesmos.
Vou palmilhar um tempo, em Aldegalega, em que se trabalhava de sol a sol, mas, aos fins-de-semana, «as senhoras trajavam elegantes toilletes, fazendo sobressair mais ainda a beleza das suas formosuras», quando iam ao teatro ou aos bailes, no princípio do século XX.
A vila era escura, mal iluminada por escassos candeeiros alimentados a azeite ou a petróleo, não tinha uma sala de espectáculos, nem tão-pouco conhecia o animatógrafo, mas divertia-se «em soirées dançantes recheadas de infinita graça e animação», que, algumas vezes, se prolongavam até às quatro horas da manhã, e nas quais participavam «as melhores famílias da elite da vila», que bailavam ao som do piano ou de um trio formado por piano, rabecão e viola ou bandolim, guitarra e viola. Por esta altura, já a Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro se tinha erguido como forte esteio cultural e social da vila.
No início do século XX, Manuel Ferreira Giraldes, proprietário que foi da Farmácia Giraldes (R. Direita, ao lado da Pastelaria Mimosa), além de político, foi o primeiro presidente da Câmara Municipal de Aldegalega eleito pelo Partido Republicano, em 1908, era também um dos impulsionadores do movimento cultural em Aldegalega.No dia 10 de Dezembro de 1904, «subiu à cena, pela primeira vez, o drama em três actos, intitulado, Expiação, de que é autor Manuel Ferreira Giraldes (…). O desempenho do grupo dramático da vila foi correcto, sendo atirados para o palco muitos ramos de flores. Foi uma noite muito bem passada»,
O grupo amador da vila, as trupes itinerantes, o circo, as companhias de teatro e de opereta de Lisboa, a par dos bailes preenchiam os serões de fim-de-semana das «famílias da elite de Aldegalega», no início do século XX.
Por aquele tempo, «deu-nos uns momentos de prazer o actor Roldão, cantando os seus melhores fadinhos. No fim do espectáculo e a pedido dos espectadores cantou novos fados o cantor Roldão. Foi muito aplaudido.»
Assim acontecia em Aldegalega, em que, pela Páscoa, se assinalava a queima do Judas e «os garotos armados de cacetes invadiam, no sábado de aleluia, as ruas por onde passavam com o fim de espancarem e queimarem o traidor discípulo de Cristo.»
Houve tradições que se perderam, mas, ainda hoje, mudando-se os modos, mantém-se a emoção do convite formulado ao longo dos séculos:
- “A Menina dança?”

Texto Enviado Por: Rui Aleixo

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