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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Viva a República!

As páginas da História do Montijo registam que, certo aldeano, abeirando-se do Dr. Celestino de Almeida, republicano dos sete costados, médico e escritor, lhe disse: «Dr. Celestino de Almeida, se o senhor com a sua lanceta de médico abrisse o coração dos aldeanos em todos eles encontraria gravada a palavra República.»
E quem as percorrer encontrará também a notícia do senhor Pedro Piloto, a quem o povo tratava por Mestre Pedro Calafate, republicano da velha guarda, que, quando do advento da República, afirmou para o quem quis ouvir, que a implantação da República significava para ele uma fortuna.
Aldegalega do Ribatejo abraçou, muito cedo, os ideais republicanos.
Em meados do século XIX, o Governador Civil de Lisboa chamava a atenção do Administrador Civil de Aldegalega para os desmandos praticados pelos anarquistas, que desmoralizavam a opinião pública e proferiam publicamente vivas e hinos de revolta.
Em 1908, Aldegalega elegeu a primeira câmara municipal republicana, presidida por Manuel Ferreira Girardes, então proprietário da Farmácia Giraldes (R. Almirante Cândido dos Reis).
No alvor do Dia R, permita-se a adaptação da expressão, noite de 3 de Outubro, os aldeanos perfilaram-se em defesa da República, embarcando alguns homens para Lisboa.
No dia 4 de Outubro, foi hasteada a Bandeira do Partido Republicano Português, na Câmara Municipal de Aldegalega, como manifestação de apoio à Revolução que viria a vingar em 5 de Outubro.
As outras freguesias do concelho não foram insensíveis aos novos ventos políticos. Em Sarilhos Grandes, forte bastião do Partido Republicano Português, a banda da Academia Musical União e Trabalho (AMUT) saiu, muitas vezes, a entoar a Marselhesa, então hino revolucionário, em plena monarquia, animando comícios e manifestações republicanas. Em Canha, a população manifestou-se rudemente, na noite de 4 para 5 de Outubro, invadindo as torres da igreja e danificando os sinos, em protesto contra a utilização que deles faziam os padres, que produziam uma barulheira infernal sempre que ali se realizava alguma manifestação republicana.
No dia 5 de Outubro, depois de ter passado a noite anterior em vigília, a população aldeana manifestou-se efusivamente quando recebeu a notícia da implantação do novo regime.
Implantada a República, reacendeu-se a luta partidária, extremou-se o debate de ideias, quantas vezes ocasionando confrontos físicos, e intensificou-se o combate anti-clerical. Dois partidos dominarão a cena política, em Aldegalega: o Partido Republicano e o Partido Evolucionista.
Escreveu o Professor Doutor A.M. de Oliveira Marques: «Republicano, por 1890, 1900 ou 1910, queria dizer ser contra a Monarquia, contra a Igreja e os Jesuítas, contra a corrupção política e os partidos monárquicos, contra os grupos oligárquicos.
O Republicanismo implicava um regime perfeito “do povo, para o povo”, baseado em completa liberdade, autêntica igualdade e perfeita fraternidade sobre a terra».
Quando os exércitos napoleónicos invadiram a Península Ibérica trouxeram consigo a sede da conquista, mas, também, a chama dos novos ideais da Revolução Francesa, traduzidos na trilogia “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, que iluminou o Liberalismo e se mantém acesa como uma referência do homem moderno.
A comemoração da República tem de constituir sempre um momento de reafirmação da vontade transparente de realização daqueles ideais, porque só em Liberdade a República será mais igual e fraterna.

Texto Enviado Por: Rui Aleixo

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