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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um Passeio na Praça da República!


Dirijo um convite para embarcarem comigo na nave do tempo e partirmos à procura da Praça da República, num tempo situado entre os séculos XV e XIX.
O encontro para a partida será feito junto ao coreto, que, por si, merecerá uma página noutra oportunidade, mas, por agora só registarei duas pequenas curiosidades. Quando, na primeira metade da segunda década do século XX, o mestre serralheiro, Virgílio Martins da Costa, deu início aos trabalhos de construção do coreto da Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro, achou que o projecto era pobre e resolveu enriquecê-lo, porque Aldeia Galega merecia um coreto imponente. Como aficionado que era rematou-o com uma cúpula mais pequena, imitação das cúpulas da Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa. O coreto teve, ao longo da sua vida, duas campanhas de obras sob a direcção dos mestres serralheiros José Luís da Costa Horta (Maxinó), neto de Virgílio Martins da Costa, e de Cipriano Moreira da Costa, tio de José Luís e filho de Virgílio da Costa, todos irmanados por laços de família.
Mas deixemos o coreto e viajemos até ao passado.

No século XV, o local que hoje se denomina de Praça da República era descrito como um “rossio pequeno em redor da Igreja do Espírito Santo”, em oposição ao maior, que se localizava na actual Praça 1º de Maio, outrora o centro da vila.

Naquele século, crescendo a vila em direcção ao rio, o povo aldeano solicitou ao Mestre da Ordem de Santiago, D. Jorge, filho de D. João II, que fosse construída uma nova igreja mais no meio da povoação. O pedido foi indeferido, mas o povo aldeano, numa lição que os montijenses devem reter, não baixou os braços. Permitiu que a câmara municipal lançasse um imposto destinado à construção da nova igreja e, como descreve o Pe. António Carvalho da Costa «o braço do povo (a) fez e ornou de prata e ornamentos». Em 1498, estava pois construída a Igreja do Espírito Santo, no “rossio pequeno”.
Como é consabido as igrejas eram também utilizadas como cemitério e, assim, dentro da Igreja do Espírito Santo e no seu adro foram enterrados milhares de corpos ao longo de mais de três séculos. A Praça da República foi o principal cemitério de Aldeia Galega, até ao século XIX. Na década de 50 e 60, do século XX, quando a Praça foi sujeita a obras de remodelação, foram desenterradas muitas ossadas do primitivo cemitério. Ainda hoje, quem passear junto à igreja facilmente verificará a existência de lajes tumulares.Deixemos a visita à igreja para outra ocasião, e retomemos um episódio, que já relatei noutra oportunidade. No adro da igreja, erguiam-se palanques para ver touros, que era reprovado pelo visitador da Ordem de Santiago, que considerava muito indecente que os homens se sentassem perto das mulheres. Contudo, apesar da pesada ameaça de excomunhão, continuaram a realizar-se touradas no adro da igreja.
Local de culto, cemitério e praça de touros assim se começava a desenhar o novo centro da vila, que, naquela época, era um grande descampado até às margens do rio. (cont.)

Texto Enviado Por: Rui Aleixo

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