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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Palavras Criativas!

Eu não sou o que sou. Nem sei se algum dia vou saber. Assim que acordo, passo a ser mais um. Quando saio de casa, para as minhas vizinhas, sou o outro que mora no vinte e dois. Na rua, sou aquele que ali vai a ouvir música. No trabalho, o filho do patrão. Já cheguei a ser dois, mas agora voltei a dormir sozinho. No futebol, o camisola 14. Para a Polícia, o processo TC-1984, por violação do artigo 121, alínea J. Para o Estado o contribuinte 200463705. Na livraria, o miúdo estranho que só lê autores com nomes esquisitos. No supermercado a senha 19, enquanto espero pela minha vez e assim puder levar fiambre para casa. Quando visito o bairro onde nasci, o neto do Espanhol. Para os filhos dos meus amigos, o adulto que brinca com eles e ainda tem alma de criança. Assim, enquanto o tic-tac do meu coração acelera cada vez mais, de encontro a um espaço vazio que existe dentro de mim, não sei se alguma vez já consegui ser eu. Então sento-me no lado de fora do mundo e começo a praticar a invisibilidade como se fosse uma neblina que, depois do sol nascer desaparece no meio da natureza. Mesmo com uma concentração mental tão profunda, assim como sentida, não me recordo se já existiu um tempo em que fui obrigado a disfarçar a minha forma de ser. Porque hoje ainda tento encontrar tudo aquilo que gostaria de ser um dia. Como tal, como é que disfarço o meu eu, se nunca o cheguei a conhecer.

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