Acordei e abri a janela do quarto, como se a luz do dia fosse o meu kryptonite para me fazer passar o sono, mas a manhã estava de chuva e o céu negro, como o chocolate amargo da Pantagruel! Virei-me na direcção do espelho e parecia que necessitava de um transplante neural, sim isso mesmo, uma operação que me reconstruísse o cérebro, de forma a que voltasses para dentro de mim e não tivesses saído do meu lado, logo de madrugada para ires para o trabalho! Decidi então, enquanto lavava os dentes fazer um inventário dos pertences da minha alma e rejubilei como uma criança que saboreia pela primeira vez um novo sabor de gelado, quando na parte do cérebro em que guardava o amor tu afinal estavas lá, aliás nunca tinhas saído e te mantinhas sentada naquele baloiço que sempre esteve dentro de mim à tua espera, como se fizesse parte do quintal do nosso apartamentozinho, mas que agora com as obras à massa cinzenta, a única divisão que existia tinha mudado para o coração e foi aí que ficamos a viver para sempre, mesmo ficando sem raciocinar e afectado da cabeça! Mas que importa isso, quando as únicas ondas magnéticas que me fazem ainda activar o cérebro é quando estou a teu lado e é isso que me faz feliz!
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