Montijo, Novembro de 2010.
Aldegalega, 1842.
Foi neste ano que o edifício passou a integrar o património municipal. Depois de sucessivas campanhas de obras, ficou apto a receber um aquartelamento militar e, posteriormente, as instalações do telégrafo, a escola primária e a actual esquadra da polícia. Inicialmente fora o convento e o hospício dos Frades da Graça.
À excepção dos pináculos, nada resta que possa identificar os traços arquitectónicos da primitiva construção, que era vedada por uma cerca e tinha capela própria, que foi desmanchada em 1842, assim como a cerca da propriedade, cujos terrenos se estendiam até ao rio.

O convento albergou também uma Casa para Educação de Meninas Pobres e um recolhimento para idosos. A acabou consumido pelas chamas.
O passeio deve continuar nem que seja só meia dúzia de passos.
Aldegalega do Ribatejo, 1862.
Os aldeanos eram conhecidos pela sua têmpera, gente que fazia e que não estava à espera que uma mão protectora resolvesse os seus problemas.
Naquele ano, por altura das Festas da Piedade, os principais habitantes de Aldegalega resolveram mandar construir uma praça de touros, nos terrenos anexos ao Convento da Graça.

No final da primeira metade do século XX, devido aos sinais evidentes de degradação que ostentava, a praça foi encerrada e, no seu local, foi construído o Cinema Teatro Joaquim de Almeida.

Ainda hoje há quem ao olhar para o edifício do cinema se lembre das tardes de glória protagonizadas na praça de touros, que ali existiu, e outros velhos montijenses recordam aquela tarde em que um touro desembolado entrou nas instalações municipais – a abegoaria –, contíguas à praça, e trespassou as mulas que ali estavam.
Como gosta de realçar o meu amigo Vítor Cola, era o tempo em que os touros vinham a pé e as carroças municipais eram puxadas por mulas.
Texto Enviado Por: Rui Aleixo
Sem comentários:
Enviar um comentário