O texto foi enviado por alguém que tambem preferiu o anonimato, mas que demonstra bem o espírito desta secção lírica!
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Eu via-a, escondida, da janela do quarto. Apertava a mão no peito e quase chorava de emoção, tão maravilhoso era o quadro diante dos meus olhos!
A Praça cheia de gente, nada incomodada com os carros que passavam, nem com o barulho das esplanadas cheias! Transeuntes perguntavam por informações no Posto de Turismo, enquanto dois velhotes tentavam saber do resultado do Desportivo a alguém que tinha chegado, vindo do jogo de futebol!
A música fazia-se ouvir e o cheiro a naflalina da roupa de Domingo já se sentia no ar, enquanto já existia fila para entrar no baile do Portugal!
Na outra ponta da Praça, um carro abastecia de gasolina e nem uma gota caiu no chão, mesmo quando o gasolineiro levou com uma bola mesmo em cheio, de uns garotos que faziam daquele pequeno largo o seu campo de futebol! Lá de cima de uma janela, um senhor chamou o seu filho, estava na hora de jogar xadrez na Associação Paz & Amizade!
No coreto, alguém sonhava com o seu primeiro concerto, cantando músicas para quem entrava na igreja!
Eu via-a, escondida, da janela do meu quarto! Mas fechei a janela por momentos e hoje apenas conservo uma recordação indelével da nossa Praça! Hoje na Praça, não se fala de alegria, mas de resignação!
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