Palavras Criativas!

Vejo-te de olhos fechados, enquanto me confiavas o teu respirar profundo, ao mesmo tempo que ouvia a tua história. Vejo-te como se já não houvesse uma casa para nós, ao mesmo tempo que lá fora dá-se início a um novo combate, assim que começasse a enfrentar as pessoas na rua. As grandes questões da vida estão agora um pouco por toda a parte, até dentro das paredes, mas teimamos em escolher tão pouco, para aquilo que nos podia pertencer. Vejo-te como um espelho onde as minhas músicas preferidas, parecem convergir na tua direcção, mas que a melodia que me palpitava o sangue, não passa agora de uns "Riffs de Guitarra" distorcidos e confusos. Vejo-te como uma grande floresta em estado selvagem, em que as raízes que me penetravam na alma, não passam agora de ramos secos espalhados no meu coração. E quando explode o grito de raiva dentro de mim, faz um eco ensurdecedor de silêncio. Vejo-te como um final feliz, um final, como aqueles filmes em que toda a gente sai a sorrir do cinema, mas só depois acredito que esses finais felizes não existem em nós. Acredito que possa haver um início feliz, e um meio ainda mais feliz. Mas nem isso conseguimos dar um ao outro. Neste tempo todo, vivemos o tempo da vida, de uma vida já morta pelo tempo.