Faz-me confusão ser normal, nunca fui, sempre tive tendência para silenciar o bom senso e nunca fui de proferir sorrisos que guardo nos lábios, apenas para ser simpático. Sempre me ri para ti com vontade, e quando chorei à tua frente foi quando descobri que te amava, ainda antes de tu me veres. Mas, hoje apenas restam lembranças, memórias que até um coração cicatrizado não esquece, até porque as cicatrizes são bonitas, fazem-nos sempre ter uma história para contar. Por isso te pergunto. Lembras-te de todos os momentos que passamos? De todos os beijos? Todos os abraços? Lembras-te das alegrias? Das tristezas? Dos pesadelos e dos sonhos? De todos os dias que passamos juntos e daqueles que não pudemos estar perto um do outro? Dos locais que viajamos e visitamos, sem sair do mesmo sítio? Lembras-te do primeiro telefonema? A primeira conversa? Da primeira vez que dormimos agarrados? Lembras-te da primeira fotografia que te tirei? Das frases que me escreveste na cortiça do quarto? Do primeiro concerto? Lembras-te da última música que te mostrei? Do último filme que vimos? Sei que são muitas perguntas, mas faltam-me só estas, depois tens o tempo todo do mundo para responder, ou então ficar calada para sempre. Como tal, aqui vai. Lembras-te de ti? Lembras-te de mim? De como eu era? De como tu eras? Lembras-te de como nós éramos? Lembras-te de nós quando ainda não existíamos?
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