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- Montijo Portugal
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sábado, 14 de maio de 2011
Palavras Criativas!
Nas horas mortas de sono sonhei estar a recitar de cor poemas de amor, escritos numa parede de rua com tinta colorida! Esboços que desafiam o tempo, redigidos por uma mão tremula de medo, mas com a adrenalina no máximo, pois sei que posso ser apanhado e condenado pela justiça popular! Já está, mais uma frase desenhada na tela do mundo, à espera do conflito da manhã! Posso voltar a dormir sossegado! Nasce o dia e começa o Mundo o girar! As rotinas estão activas e o movimento das ruas é avassalador, a pressa é constante, o horror dos minutos perdidos é a pura loucura! Mas hoje, algo mudou naquela rua! O povo estupefacto fica parado a ler e um aglomerado de gente amontoa-se para se chegar à frente e ver o que se passa! De repente os olhares das pessoas começam a cruzar-se e um entendimento perfeito do que os olhos dizem começa a surgir no intimo de cada um! Cativados agora, os transeuntes aproximam-se lentamente das palavras na parede e sem que ninguém espere tal acto, começam a abraçar-se docemente, trocando de parceiros sem receios! Mais e mais se aproximam e depois de conjugarem as letras da parede, os abraços surgem naturalmente! Todos vivem o momento e não pensam em mais nada, até que surge alguém que não lê a frase e não abraça ninguém! Estupefactos, o povo começa a interrogar-se porque alguém, tão bela e divinal, continua ali sozinha e não sente o mesmo que eles! A pergunta inevitável, surge no meio da rua, por alguém que está a abraçar uma criança e foi qualquer coisa assim "Porque não abraças alguém e estás ai sozinha?"! E aquela menina de olhar angelical responde: "Ainda antes de lerem a frase, já essas palavras estiveram escritas no meu coração, pois quem a escreveu é apenas aquele que me consegue abraçar, mesmo não sendo preciso dizer nada". E nessa noite ninguém dormiu, todos procuraram uma nova rua, uma nova parede pintada, onde pudessem ver aquela menina abraçar quem lhe escreve as frases! Mas nessa noite, não foi necessário dizer nada e abraçaram-se em casa até adormecerem!
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