
O Parque Municipal Carlos Hidalgo Loureiro, orgulho dos montijenses, e, durante largas décadas, a sala de visitas de Montijo, está lançado, há uns anos a esta parte, a uma “apagada e vil tristeza” por incúria dos políticos, apesar da boa vontade dos seus bons jardineiros.
Dói vê-lo desprezado, sem canteiros dignos como já os teve, sem uma bica para as crianças beberem água, sem regras, que põem em risco a segurança das crianças, em suma, sem o cuidado e manutenção constantes e rigorosos que bem merece o sítio mais aprazível de Montijo.
Datam de 1930, as primeiras notícias sobre a eventual construção e um parque municipal, que pudesse receber todos quantos visitassem a vila de Montijo.
O Parque, como Roma e Pavia, não se construiu num só dia. O aspecto que hoje apresenta foi recortado ao longo de cerca de trinta anos.
Em 1952, a Câmara Municipal de Montijo deliberou mandar proceder ao estudo do arranjo e transformação geral do Parque Municipal e «que fosse alterada a denominação que vulgarmente se dá de Parque Municipal para “Parque Municipal Carlos Loureiro”, como homenagem a Carlos Hidalgo Gomes Loureiro, por ter sido o impulsionador e realizador de tão importante melhoramento para a vila de Montijo.»
No ano seguinte, a Câmara Municipal deliberou construir o Palácio da Justiça (Tribunal) a norte do Parque Municipal, porque a grandiosidade e o valor arquitectónico do Palácio da Justiça impunham a escolha de um lugar condigno. Naquele ano, deliberou também ampliar o Parque, por considerar que a implantação do Palácio de Justiça resultaria a mutilação de parte do Parque.

Iniciada a obra de remodelação, em 1960, por fases, ficou praticamente concluída em 1964. Houve então o cuidado de se construir uma área reservada exclusivamente às crianças. O Parque Municipal foi um local seguro de diversão e convívio.
Urge, hoje, que as autoridades administrativas tenham a inteligência e a coragem de (re)visitar o Parque Municipal e de tomar as medidas necessárias para o revigorar e o transformar, de novo, em local seguro, para que, com o orgulho, os montijenses se revejam na sua sala de visitas.
Não podemos permitir que a agonia do Parque Municipal Carlos Hidalgo Loureiro seja o prenúncio da sua morte.
Por: Rui Aleixo
Sem comentários:
Enviar um comentário