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Em 19 de Março de 1841, a Câmara Municipal de Aldegalega deliberou que “ hoje avante esta Câmara e as futuras sejam protectoras daquelas festas (Divino Espírito Santo) concorrendo com os meios precisos para se festejar o orago da freguesia, de que ora em diante deverá a despesa daquela festa ser em toda a consideração para esta câmara”. Em 1901, após três anos de interregno, uma comissão de ilustres aldeanos decidiu voltar a celebrar as festas do Divino Espírito Santo. Do vasto programa, que se cumpriu, em Julho, durante três dias, destacou-se a procissão, que saiu acompanhada por três bandas de música, a missa cantada, a kermesse, as iluminações à veneziana e à moda do Minho, fogo-de-artifício, concertos musicais, arraial e tourada. As festas eram de tal modo concorridas que, segundo o jornal local ” O Domingo”, “À noite com dificuldade se transitava pelas ruas e praça, profusamente iluminadas.” As festas não se realizaram no ano seguinte por desacordo entre os membros da comissão, mas voltaram a animar os aldeanos e forasteiros em 1903. Nos dias das festas, a Parceria dos Vapores Lisbonenses garantia carreiras de duas em duas horas entre a vila e Lisboa, e, no domingo e segunda-feira, o último vapor partia de Aldegalega à meia-noite. A partir de 1910, devido à implantação da República, as festas do Divino Espírito Santo deixaram de ser comemoradas, apesar da projecção social e cultural que tinham alcançado na vila e nos concelhos vizinhos.
Texto Enviado Por: Rui Aleixo
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